Professores indígenas recebem atualização da Cartilha de Alfabetização Xavante
A Aldeia Santa Clara, em Campinápolis (MT) é um dos locais em que a Cartilha de Alfabetização Xavante, criada pelo P. Bartolomeo Giaccaria, sdb, será utilizada pelos professores das séries iniciais. Na segunda-feira (14/03), a comunidade de professores da aldeia e vizinhas participaram da apresentação da Cartilha, produzida em parceria pela Missão Salesiana de Mato Grosso, Operação Mato Grosso e Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de Campinápolis.
A cartilha está sendo apresentada nas aldeias da região de Campinápolis. Cerca de 40 educadores participaram do processo de apresentação na Aldeia Santa Clara. P. Aquilino Tseré ub’õ Tsirui’á foi quem, na língua xavante, fez a apresentação. O P. Eloir de Oliveira e o Diácono José Alves, também representaram a Missão Salesiana no evento, acompanhando esse processo. A apresentação já foi feita também em Sangradouro, no dia 8 de março, e na terra indígena Marãiwatsédé, no dia 10 de março. Nesta terça-feira (15/03) a apresentação aconteceu na Terra indígena de Areões, Aldeia Cachoeira, município de Nova Nazaré, e na sexta-feira (18/03) será na Terra Indígena São Marcos, aldeia São Marcos.
A publicação é o resultado de muitos anos de estudo e esforços na tentativa de encontrar um método de alfabetização mais adequado à Cultura Xavante. O primeiro esboço foi elaborado em 1958. No ano seguinte, a edição foi melhorada com novas ilustrações e textos. Em 1980, depois da convenção sobre a grafia Xavante, todo o material foi reunido em duas cartilhas, com as devidas correções de acordo com essa convenção. A montagem e ilustrações foram feitas por Rubens Monteiro de Souza. A cada cartilha foi juntado um Livro de Exercícios, elaborado or Domingos Mahörö’~e’õ, Rafael Hisé e Rubens Monteiro de Souza.
“O método da cartilha parte do concreto e não do abstrato. Portanto, o aluno primeiramente aprende palavras. Posteriormente, passa a aprender letras, sílabas e outros elementos gramaticais”, explica o P. Bartolomeo Giaccaria, na introdução da cartilha.
“A proposta foi muito bem aceita pela comunidade dos professores, dos educadores, e a gente acredita que vai dar bons frutos porque trata-se de um processo, de um modelo de alfabetização própria, que o Padre Bartolomeo Giaccaria, com sua experiência de educador foi criando juntamente com os indígenas, juntamente com os professores, e criou esse modo de alfabetização própria”, afirma o diácono José Alves.
Participaram da apresentação da cartilha os diretores das escolas indígenas, Marcelo Emídio da Cruz e Leandro Ribeiro Padilha. Eles representaram o Secretário de Educação, Fabiano Oliveira Alves. “Não podemos deixar de agradecer à Operação Mato Grosso, pela parceria na pessoa da Raquel e do Vanderlei e agradecer à Secretaria Municipal de Educação e Cultura na pessoa do secretário Fabiano, porém, quem levou adiante mais na época, a secretária, Marilene, que hoje está no papel de coordenadora”, lembrou José Alves.