A Aldeia Santa Clara, em Campinápolis (MT) é um dos locais em que a Cartilha de Alfabetização Xavante, criada pelo P. Bartolomeo Giaccaria, sdb, será utilizada pelos professores das séries iniciais. Na segunda-feira (14/03), a comunidade de professores da aldeia e vizinhas participaram da apresentação da Cartilha, produzida em parceria pela Missão Salesiana de Mato Grosso, Operação Mato Grosso e Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de Campinápolis.
A publicação é o resultado de muitos anos de estudo e esforços na tentativa de encontrar um método de alfabetização mais adequado à Cultura Xavante. O primeiro esboço foi elaborado em 1958. No ano seguinte, a edição foi melhorada com novas ilustrações e textos. Em 1980, depois da convenção sobre a grafia Xavante, todo o material foi reunido em duas cartilhas, com as devidas correções de acordo com essa convenção. A montagem e ilustrações foram feitas por Rubens Monteiro de Souza. A cada cartilha foi juntado um Livro de Exercícios, elaborado or Domingos Mahörö’~e’õ, Rafael Hisé e Rubens Monteiro de Souza.
“O método da cartilha parte do concreto e não do abstrato. Portanto, o aluno primeiramente aprende palavras. Posteriormente, passa a aprender letras, sílabas e outros elementos gramaticais”, explica o P. Bartolomeo Giaccaria, na introdução da cartilha.
“A proposta foi muito bem aceita pela comunidade dos professores, dos educadores, e a gente acredita que vai dar bons frutos porque trata-se de um processo, de um modelo de alfabetização própria, que o Padre Bartolomeo Giaccaria, com sua experiência de educador foi criando juntamente com os indígenas, juntamente com os professores, e criou esse modo de alfabetização própria”, afirma o diácono José Alves.
Participaram da apresentação da cartilha os diretores das escolas indígenas, Marcelo Emídio da Cruz e Leandro Ribeiro Padilha. Eles representaram o Secretário de Educação, Fabiano Oliveira Alves. “Não podemos deixar de agradecer à Operação Mato Grosso, pela parceria na pessoa da Raquel e do Vanderlei e agradecer à Secretaria Municipal de Educação e Cultura na pessoa do secretário Fabiano, porém, quem levou adiante mais na época, a secretária, Marilene, que hoje está no papel de coordenadora”, lembrou José Alves.